Você saca e o adversário não consegue devolver. Isso é um ace no tênis.
Comum no tênis profissional, raro no tênis amador, o ace é o tipo de ponto mais rápido que existe em um partida de tênis.
Como tenista amador, eu preciso reconhecer: poucas coisas são tão prazerosas e dão tanta confiança dentro da partida quanto acertar um ace.
Mas como conseguir mais aces? E será que vale a pena pensar nisso sempre quando for sacar?
Neste artigo, vamos explorar em detalhes os mistérios que envolvem o ace no tênis.
Boa leitura!
O que é um ace no tênis?
Um ace no tênis ocorre quando o jogador realiza um saque tão preciso e veloz que o adversário não consegue alcançar a bola com sua raquete.
Na maior parte dos casos, o ace ocorre quando o jogador dá o primeiro saque, porque o segundo saque tende a ser menos veloz.
Mas há jogadores que gostam de arriscar e surpreender, forçando o segundo saque, e podem obter aces no segundo serviço.
Qual a diferença entre ace e saque sem devolução?
Considera-se um ace apenas quando o devolvedor não consegue tocar na bola com a raquete.
Se o jogador que está recebendo o saque alcança a bola com a raquete, mas não consegue colocar em quadra, diz-se que houve um saque sem devolução.
Mesmo que o atleta apenas toque de raspão na bola, não será considerado um ace para fins de estatística.
Na prática, não muda nada, porque o jogador que sacou ganhou o ponto no saque, sem precisar rebater a bola nenhuma vez.
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Qual a média de aces em uma partida de tênis?
A quantidade de aces em uma partida varia bastante, dependendo do nível do jogador, das condições da quadra e do estilo de jogo.
Em competições profissionais, os tenistas de alto nível podem alcançar médias de 8 a 15 aces por partida.
Já em jogos amadores, a média costuma ser mais baixa, variando de 2 a 6 aces por jogo.
Quais fatores impactam no número de aces de uma partida?
O número de aces em uma partida de tênis pode ser influenciado por várias condições e fatores, que podem tornar mais difícil ou mais fácil executar um saque sem que o devolvedor consiga tocar na bola:
Velocidade e superfície da quadra
Quadras mais rápidas, como as de grama ou algumas quadras sintéticas, permitem que a bola deslize com maior rapidez, tornando o saque mais veloz e dificultando a reação do adversário.
Em contrapartida, quadras de saibro tendem a ser mais lentas, porque o atrito da bola com a quadra é maior, reduzindo a velocidade da bola e facilitando a devolução.
Altitude e clima
A altitude pode afetar a aerodinâmica da bola, tornando o ar mais rarefeito e permitindo que a bola se mova de forma mais rápida, o que aumenta a velocidade do saque e diminui o tempo de reação.
Um exemplo de torneio jogado na altitude é o Masters 1000 de Madrid, já que a capital espanhola está localizada a 657 metros do nível do mar.
Além disso, condições climáticas como o calor e ar seco podem deixar as condições de jogo mais rápidas, com a bola mais leve, enquanto o ar frio e úmido tende a tornar o jogo mais lento e a bola mais pesada.
Tipo de bola
Diferentes tipos de bolas de tênis possuem características distintas, como pressão, material e feltro.
Bolas mais pressurizadas podem contribuir para um saque mais veloz e eficaz, enquanto bolas menos pressurizadas podem reduzir a velocidade e a eficiência do saque.
Vale lembrar que em uma partida de tênis oficial, as bolas são trocadas a cada nove games.
Estratégia do jogador
A estratégia do jogador também pode influenciar o número de aces.
Alguns tenistas optam por uma abordagem mais agressiva no saque, buscando mais aces, enquanto outros podem optar por uma abordagem mais conservadora, visando maior consistência e redução de duplas faltas.
Além desses fatores, ainda vale citar motivos mais óbvios, como a habilidade técnica do sacador e do devolvedor.
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Quais são os tenistas com mais aces da história?
Ao longo da história do tênis, vários jogadores se destacaram por seus saques excepcionais.
Abaixo, reuni a lista com os dez atletas com mais aces na história:
Posição | País | Jogador | Número de aces |
1 | USA | John Isner | 14482 |
2 | CRO | Ivo Karlovic | 13762 |
3 | SUI | Roger Federer | 11452 |
4 | ESP | Feliciano Lopez | 10313 |
5 | CRO | Goran Ivanisevic | 10131 |
6 | USA | Andy Roddick | 9067 |
7 | USA | Sam Querrey | 8939 |
8 | USA | Pete Sampras | 8689 |
9 | CRO | Marin Cilic | 8233 |
10 | CAN | Milos Raonic | 8181 |
A lista não chega a surpreender, já que é sabido que John Isner, o gigante americano de 2,08m, baseia o seu jogo totalmente no saque.
Qual é o tenista com mais aces na atualidade?
E se considerarmos a temporada de 2023, quem fez mais aces até agora?
Posição | País | Jogador | Número de aces |
1 | POL | Hubert Hurkacz | 457 |
2 | USA | Taylor Harry Fritz | 385 |
3 | RUS | Andrey Rublev | 302 |
4 | USA | John Isner | 299 |
5 | KAZ | Alexander Bublik | 296 |
6 | RUS | Daniil Medvedev | 266 |
7 | USA | Maxime Cressy | 264 |
8 | FRA | Quentin Halys | 255 |
9 | AUS | Alexei Popyrin | 241 |
10 | GER | Jan Lennard Struff | 239 |
Vale lembrar que estamos olhando apenas números absolutos, então o número total de aces vai ser maior para aqueles jogadores que vencem mais e jogam mais jogos.
Qual a partida com mais aces na história?
O jogo entre John Isner e Nicolas Mahut, em Wimbledon, em 2010, é a partida mais longa da história.
Em uma época em que não havia tie break no quinto set, o que exigia que um jogador abrisse dois games de vantagem para vencer o jogo, os atletas começaram a partida em 22 de junho de 2010 e foram encerrar o jogo apenas dois dias depois, em 24 de junho.
A partida durou incríveis 11 horas e 5 minutos, com placar final de 6/4, 3/6, 6(7)/7(9), 7(7)/6(3), 70/68 a favor de Isner.
O número de aces foi de 216 no total:
- Isner anotou 113 aces
- Mahut fez 103 aces
Tem curiosidade para saber mais sobre esse jogo? O canal de Wimbledon no Youtube possui o jogo completo e também um compacto da partida:
Qual o ace mais rápido da história?
O recorde do saque mais rápido da história do tênis é atribuído ao ex-tenista australiano Samuel Groth. Em 2012, Groth sacou a uma velocidade de 263,4 km/h durante um torneio em Busan, Coreia do Sul.
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Por que tenistas amadores não deveriam tentar um ace a todo momento?
Embora fazer um ace seja emocionante e injete confiança em qualquer um, a verdade é que tenistas amadores devem evitar a obsessão pelo ace.
Admita: você não tem o saque de um profissional. Você não consegue sacar a 220 km/h.
Por isso, se você ficar focado em buscar aces a todo momento, a tendência é de que aumente o seu número de erros, forçando demais o saque.
No livro Winning Ugly, traduzido como Jogue para vencer, o ex-treinador Brad Gilbert comenta sobre essa situação e aconselha o tenista amador a buscar um aproveitamento maior do primeiro saque.
A dica dele é usar o saque de forma mais tática e estratégica, trabalhando os pontos, sem forçar o saque para buscar aces.
3 dicas para fazer mais aces
A seguir, reuni algumas dicas, com base na minha experiência como entusiasta do tênis e tenista amador, para você fazer mais aces nos seus jogos:
1. Dedique tempo para o treinamento específico de saque
Dedique tempo para aprimorar sua técnica de saque com a ajuda de um treinador experiente.
Vale a pena desenvolver o seu saque buscando encontrar padrões de jogadas e pontos fortes.
Canhotos, por exemplo, têm a tendência de sacar aberto no lado da vantagem, porque conseguem colocar bastante efeito na bola, abrindo a quadra e explorando o backhand do adversário (se ele for destro),
Treine buscando aumentar a sua precisão, a velocidade e a confiança no seu primeiro saque.
2. Mais do que força, aposte na variação
Experimente diferentes tipos de saque, como o chapado, com efeito slice e topspin, para surpreender os adversários.
Nem sempre é necessário dar o saque mais forte que você é capaz para obter um ace.
Às vezes, a variação é suficiente para que o seu adversário não consiga ler o seu saque e acabe sendo surpreendido.
Não adianta, por exemplo, ter um ótimo saque, extremamente forte, mas sacar sempre no mesmo lugar, com o mesmo efeito.
Seu saque, embora seja forte, ficará previsível, facilitando a vida do devolvedor.
3. Estude os oponentes
Analise o jogo dos seus adversários para identificar suas fraquezas e adaptar seu saque estrategicamente.
Isso pode ser feito antes dos jogos, observando seu adversário ou conversando com atletas que já o enfrentaram, ou durante o jogo, caso você não tenha informações anteriores sobre o jogador.
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